Dez estudantes da Universidade de Tulsa, em Oklahoma, nos Estados Unidos, visitaram na última quinta-feira (21 de março) a sede do Programa de Oncobiologia. A chegada ao Centro de Ciências da Saúde (CCS), da UFRJ, onde está o Instituto de Bioquímica Médica e o Programa de Oncobiologia, aconteceu justamente numa semana de extremos climáticos na cidade do Rio de Janeiro.
Ao terminar de converter de graus Celsius para Fahrenheit o último recorde batido há poucos dias pela cidade no quesito sensação térmica, Sepand Ashenayi se espantou. Conversando conosco, ele explicou que a principal surpresa foi na verdade a originalidade do que ele encontrou ao percorrer os corredores do CCS. “Definitivamente é uma nova experiência [para mim], a biologia do Programa de Oncobiologia é única, nós não temos algo desse nível estadual nos EUA que eu consiga pensar agora”.
Os alunos da visita internacional eram todos estudantes da disciplina Biologia do Câncer e a viagem é parte dessa aula. Nos EUA é preciso fazer quatro anos de bacharelado para então concorrer a uma pós-graduação e assim concluir o estudo de medicina, o sonho de Ashenayi.
Todos foram recebidos por quatro pesquisadores do Programa de Oncobiologia: o coordenador Robson Monteiro, além das líderes de grupos, Claudia Mermelstein, Adriane Todeschini e Gabriela Nestal de Moraes.
Diferenças entre as culturas
Quando perguntamos a Zora Szabo sobre o que podemos aprender para um mundo mais justo no tratamento do câncer, ela destacou o seguinte:
“Eu sou da Hungria. Lá, muitas das comunidades médicas não têm condições de fornecer tratamentos por falta de conhecimento ou falta de equipamento. Eu sinto que com mais conhecimento e mais conscientização pelo mundo, especialmente entre aqueles que não têm esse conhecimento, seria definitivamente melhor.”
Para ela, que nos contou ter histórico de câncer na família, foi incrível ver os avanços nas alianças das comunidades médicas e científicas. “Eu adorei a experiência daqui. E aprender como essa universidade se tornou tão focada cientificamente, especialmente no aspecto do câncer.”
Já para Tre, outro aluno com quem conversamos, perguntamos o que ele contaria aos amigos que ficaram na universidade quando voltasse para os Estados Unidos.
“Eu acho que o mais importante que eu aprendi estando aqui é: sim, somos muito diferentes, mas de muitas maneiras nós somos iguais e apreciar e entender a cultura do outro proporciona a oportunidade de conectar. Abre muitas portas dentro da ciência só tirando um momento para aprender sobre o outro. Tdos nós estamos nos movendo para o mesmo fim”
Antes de encerrar, o estudante fez questão de acrescentar um tópico à nossa conversa. O que ele achou da nossa cidade? “O Rio é um lugar lindo, lindo. Tenho andado pelas ruas e estou podendo apreciar as pessoas e como elas se conectam, tem sido lindo”.
A comitiva foi liderada pelo professor Akhtar Ali, que investiga tumores causados por vírus. O professor explica que com a viagem espera dar a eles maiores chances de conquistarem uma vaga para se formarem como médicos. “São duas metas: ensinar a biologia do câncer (...) no mundo real em um sistema diferente, em um país diferente, para entender tipos diferentes de câncer, como eles abordam o tratamento, o diagnóstico e todas essas coisas (....) A segunda meta é dar uma boa experiência para eles aprenderem sobre culturas diferentes."
Para alguns dos alunos essa foi a primeira viagem internacional. “Então, essa é uma boa experiência e exposição para eles saberem o que está acontecendo fora dos EUA”, concluiu o professor.
Saiba mais sobre a visita no vídeo abaixo, com o coordenador do Programa de Oncobiologia, Robson Monteiro.
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