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Em busca da memória imunológica: diferenciação de células T CD8

Atualizado: 22 de jul. de 2022

Uma célula de memória nunca se esquece…Em tempos de pandemia de Covid-19, um tema que vem sendo muito discutido na mídia, ultimamente, é a capacidade das vacinas gerarem proteção, a longo prazo, contra o SARS-CoV-2. A tão sonhada proteção é conhecida pelo termo: memória imunológica. O conceito de memória da resposta imune é antigo em imunologia. Não se refere apenas a resposta a antígenos de vírus ou bactérias, mas também a antígenos tumorais ou de outras origens.


Basicamente, quando o organismo entra em contato com antígenos, é ativada uma resposta imune. Um dos principais mecanismos de leitura, e mais clássicos, é a produção de anticorpos. Primeiro, é feita uma resposta primária. Caso o antígeno seja controlado, essa resposta cessa. Se memória imune continuar montada, quando o organismo entrar em contato com o mesmo antígeno essa resposta será mais rápida e potente. E, eventualmente, mais eficaz. Como é de se esperar pelo nome, essas células lembram-se dos antígenos que acabaram de combater e ativam o sistema imunológico, sem a necessidade de o organismo ficar doente. É o que popularmente é chamado de "adquirir imunidade".


Durante o primeiro contato com um antígeno, o organismo produz uma resposta imunitária primária, em que ocorre a diferenciação de linfócitos B e T em células efetoras e células de memória. As células efetoras combatem especificamente a partícula infecciosa, impedindo a sua proliferação. Esse tipo de célula permanece no corpo apenas por alguns dias, sendo degradada após a neutralização do antígeno; ao contrário das células de memória, que continuam no organismo por longos períodos, imunizando-o contra a ação do mesmo agente infectante em exposições posteriores.


Com o objetivo de desenvolver uma terapia imunológica (imunoterapia) mais eficiente contra o câncer, o pesquisador João Paulo de Biaso Viola (INCA) procura entender como o organismo produz as células de memória. Com a palestra intitulada “Diferenciação de células T CD8 de memória apresentam padrão de expressão gênica comum a células efetoras e precursoras de memória”, o Dr. João Viola encerrou, no dia 12 de julho, o ciclo de seminários presenciais do Programa de Oncobiologia em parceria com os Seminários ALV, promovidos pelo Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis (IBqM/ UFRJ).


Com experiência em imunologia molecular, atuando principalmente em temas como resposta imune, expressão gênica e transformação celular, o professor João Viola busca pesquisar os mecanismos moleculares de ativação e diferenciação, principalmente das células T.



Diferenciação de células T CD8 de memória in vitro


Em sua palestra, o Dr. João Viola apresentou um estudo desenvolvido pelo seu grupo de pesquisa no INCA, em parceria com pesquisadores da UFRJ e colaboradores de outras instituições, que busca identificar o regime de cultura de linfócitos que pode permitir a diferenciação de células T CD8 de memória in vitro. O estudo foi publicado na prestigiada revista científica Frontiers in Immunology. Acesse aqui o artigo.


Os linfócitos T CD8 são células do sistema imune adaptativo capazes de induzir a morte de células infectadas através de mecanismos citotóxicos, eliminando células infecciosas ou neoplásicas. Segundo o estudo, a ativação de linfócitos T CD8 com baixa avidez de TCR na presença de co-estímulos e citocinas geraram linfócitos de vida longa, fenotipicamente e funcionalmente semelhantes às células de memória central.

A avaliação de precursores de células de memória diferenciados usando este protocolo permitiu identificar eventos precoces na diferenciação de células T CD8 de memória. A análise de expressão gênica dessas células demonstrou diferenças no padrão de expressão de genes-chave entre precursores de células de memória e de células efetoras, sugerindo que existem genes centrais comuns entre células T CD8 ativadas e precursores de linhagens específicas.

O trabalho também identificou que as células de memória, geradas por esse protocolo, podem conferir imunidade in vivo de longo prazo e retardar a progressão do crescimento tumoral. Consequentemente, a pesquisa mostrou ser possível a geração de células T CD8 de memória funcionalmente ativas por esse protocolo, que pode ser ampliado para terapia celular e análise molecular em larga escala.


Por Lúcia Beatriz Torres, jornalista de Ciência, responsável pelo Núcleo de Divulgação do Programa de Oncobiologia.







 
 
 

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